domingo, 25 de abril de 2010

Sabotagem - Entrevista e album



Um cara que era pura simpatia. Já li varias vezes, notas de pessoas que conviveram com ele, dizendo como o Sabota era super gente boa e conquistava a mulecada. Nesse vídeo,ele passa um pouco do seu carisma. Uma frase que ele diz ali, me chamou a atenção como: "Tirar um pouquinho as armas da música".
Quem quiser, pode assistir aqui:



Apesar de ser um veterano da época da famosa Estação São Bento (SP/SP), só gravou seu 1º disco em 2001.
Poeta, músico, visionário, ator, passou como um cometa na cena rap nacional, deixando com apenas um disco um legado que muitos não conseguem realizar em uma carreira inteira.
Existem tantas versões e boatos sobre sua vida e morte que nem vem ao caso falar sobre isso aqui, basta dizer que, na minha opinião, o rap nacional seria bem diferente hoje em dia se o Sabotage ainda estivesse vivo.
Quem quiser baixar o album do Sabota: http://rapidshare.com/files/225694855/Sabotage_-_Rap___Compromisso_orkut_rapdownload.rar

Aqui vc confere o clipe da musica Mun-ha

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fela Kuti o Criador do Afro Beat

Fela Anikulapo Kuti é o equivalente africano de Che Guevara e Bob Marley ao mesmo tempo, gênio da raça, líder pacifista e voz do povo. Papa do afrobeat, trouxe os milenares ritmos africanos para a era elétrica, fundindo-os com a força bruta do jazz, funk e rhythm'n'blues. Com seu front musical, entrava em transes percussivos acompanhados de cavalgadas de baixos elétricos, guitarras em profusão, um coro feminino em primeiro plano e uma enxurrada de instrumentos de sopro, com o sax de Kuti em primeiríssimo plano. Com mais de uma centena de discos com sua participação (álbuns costumeiramente divididos em quatro blocos de quinze minutos, que tornavam-se horas ao vivo), Fela criou uma obra tão vasta quanto densa, de valor inestimável e de fácil aceitação. Mas como a África, Fela Kuti é deixado de lado da história mundial, como um gigante incompreensível, uma floresta fechada onde nenhum homem jamais esteve.

Fela Kuti nasceu em Abeokuta, no estado de Ogun, na Nigéria em uma familía de classe média. Sua mãe, Funmilayo Ransome-Kuti, a primeira mulher nigeriana a dirigir um automóvel, foi uma feminista atuante no movimento anticolonial, e seu pai, Reverendo Israel Oludotun Ransome-Kuti, um pastor protestante e diretor de escola, foi o primeiro presidente da União Nigeriana de Professores. Seus irmãos Dr. Beko Ransome-Kuti e Olikoye Ransome-Kuti, ambos médicos, são conhecidos na Nigéria.


Ele mudou-se para Londres em 1958 com a intenção de estudar Medicina, mas acabou decidindo estudar música no Trinity College of Music. Lá, ele formou a banda Koola Lobitos, tocando um estilo de música que chamaria posteriormente de afrobeat. O estilo era uma mistura do jazz americano com o rock psicodélico e o highlife da África Ocidental. Em 1961, Fela casou-se com sua primeira esposa, Remilekum (Remi) Taylor com quem ele teria três filhos (Femi, Yeni e Sola). Em 1963 Fela voltou para a Nigéria, reformou o Koola Lobitos e trabalhou como produtor de rádio para a Empresa Nigeriana de Transmissão . Em 1969 Fela levou a banda para os Estados Unidos. Lá, Fela descobriu o movimento Black Power através de Sandra Smith (hoje Isidore), uma partidária do Panteras Negras, que influenciaria fortemente sua música e suas visões politícas e renomou a banda para "Nigeria '70". Logo, o Serviço de Naturalização e Imigração foi informado por um empresário que Fela e sua banda estavam nos EUA sem licença de trabalho. A banda então realizou uma rápida sessão de gravação em Los Angeles, que mais tarde viria a ser lançado como "The '69 Los Angeles Sessions".

Fela e sua banda, renomeada para "Africa '70" retornaram para a Nigéria. Ele então formou a República Kalakuta, uma comuna, um estúdio de gravação e uma casa para muitos conectados à banda a qual mais tarde ele declarou independente do Estado da Nigéria. Fela montou uma boate no Empire Hotel, chamado de Afro-Spot e depois Afrika Shrine, onde ele cantava regularmente. Fela também mudou o seu nome do meio para "Anikulapo" (que significa "aquele que carrega a morte no bolso"), declarando que o seu nome do meio original, Ransome, era um nome de escravo. As gravações continuaram e a música se tornou mais motivada politicamente. A música de Fela se tornou bastante popular entre os cidadãos nigerianos e africanos em geral. De fato, ele decidiu cantar em um Pidgin baseado no inglês de forma que sua música pudesse ser apreciada por indivíduos de toda a África, onde as línguas faladas locais são muito diversas e numerosas. À medida que a música de Fela tinha se tornado popular na Nigéria e em todo lugar, ela também era bastante impopular entre o governo no poder e ataques à República Kalakuta eram freqüentes. Em 1974, a polícia chegou com um mandado de busca e um cigarro de cannabis, o qual tinha a intenção de ocultar em posse de Fela. Ele se deu conta disso e engoliu o cigarro. Em resposta, a polícia o levou em custódia e esperou para examinar suas fezes. Fela conseguiu a ajuda de seus companheiros presos e entregou à polícia as fezes de outra pessoa, Fela foi assim liberado. Ele então relatou o incidente em seu lançamento Expensive Shit.
A obra do filho mais controverso da nação nigeriana não é apenas de fácil aceitação como perfila-se muito bem ao lado de senhores do ritmo como James Brown, George Clinton, Miles Davis, Afrika Bambaataa e o supracitado Marley - todos conduzindo seu público a um êxtase coletivo baseado na fusão de ritmo e eletricidade, sempre num redemoinho de instrumentos tocados de forma radical, ao extremo. Teclados, bateria, percussão, trombones, guitarras, backing vocals, bailarinas, trumpetistas, baixista, saxofonistas -- todos seguindo o fluxo ininterrupto de som, uma avalanche sônica que corre com a força da correnteza de um rio. Como seus pares de pulso, Fela aproveitava a deixa do balanço para falar de política, sempre de forma abstrata e direta, como os discursos monossilábicos de Marley e de Brown.



O conceito de afrobeat surgiu quando Kuti fez sua primeira excursão para os EUA. Sua vida se tornou oficialmente dedicada à música quando sua família o mandou estudar Medicina em Londres, mas ele transferiu o curso para Música. Dentro da cena universitária conheceu o jazz e o rhythm'n'blues norte-americano e em 1961 fundou seu primeiro grupo, o Cool Cats. Pouco depois, o grupo se transformava no Koola Lobitos e era formado apenas por nigerianos que faziam intercâmbio na Inglaterra. O grupo volta à Nigéria e é um pequeno sucesso nacional, passando a se tornar o nome mais popular e jovem do gênero highlife, a fusão de ritmos africanos e jazz tradicional. A próxima escala seria nos Estados Unidos, onde Fela tanto sonhara em encontrar seus ídolos musicais.


Mas mais do que música, Fela foi exposto a idéias. Em contato com os movimentos de intelectuais e líderes negros como Eldrigde Cleaver, Malcolm X e os Panteras Negras, ele resolve radicalizar suas posições políticas e se engajar na luta pelo seu povo. Ao mesmo tempo, mira-se na evolução da black music nos EUA, que deixava aos poucos o lado suave e sentimental do soul para abraçar a tensão e força do funk e do jazz rock. Coletivos elétricos expeliam milhares de decibéis elétricos na orelha de seu público e o doutrinava de forma direta e indolor. A adição do baterista Tony Allen na formação do grupo deu ao som a força rítmica e precisa que as bandas de James Brown e Curtis Mayfield tinham e Fela entrou numa catarse espiritual que resultou na atordoante colisão sonora do afrobeat.
Em 1977 Fela e a Afrika 70 lançaram o sucesso Zombie, um ataque mordaz aos soldados nigerianos, usando a metáfora "zumbi" para descrever os métodos das forças armadas nigerianas. O álbum foi um sucesso esmagador entre o público e enfureceu o governo, dando início a um cruel ataque à República Kalakuta, durante o qual mil soldados atacaram a comuna. Fela foi severamente espancado, e sua mãe idosa foi arremessada de uma janela, causando ferimentos fatais. A República Kalakuta foi incendiada e o estúdio, instrumentos e gravações originais de Fela foram destruídos. Fela afirmou que teria sido morto se não fosse pela intervenção de um oficial comandante quando estava sendo espancado. A resposta de Fela ao ataque foi enviar o caixão de sua mãe para o quartel principal em Lagos e escrever duas canções, "Coffin for Head of State" e "Unknown Soldier", referindo-se ao inquérito oficial que afirmou que a comuna foi destruída por um soldado desconhecido.

Fela e sua banda foram então morar no Crossroads Hotel, visto que a Shrine tinha sido destruída junto com sua comuna. Em 1978 Fela casou-se com vinte e sete mulheres, muitas das quais eram suas dançarinas e vocalistas, para marcar o aniversário do ataque na República Kalakuta. O ano foi marcado também por dois notórios espetáculos, o primeiro em Acra no qual ocorreram tumultos durante a música "Zombie" que levaram Fela a ser proibido de entrar em Gana. O segundo foi no Berlin Jazz Festival após o qual a maioria dos músicos de Fela o abandonou, devido a rumores de que Fela estava planejando utilizar a totalidade dos lucros para financiar sua campanha presidencial.

Apesar dos maciços retrocessos, Fela estava determinado a voltar. Ele formou seu próprio partido político, que chamou de Movimento do Povo . Em 1979 ele se candidatou a presidente nas primeiras eleições da Nigéria após mais de uma década mas sua candidatura foi recusada. À essa época, Fela criou uma nova banda chamada "Egypt 80" e continuou a gravar álbuns e viajar pelo país. Ele ainda enfureceu as autoridades políticas colocando os nomes do vice-presidente da ITT Moshood Abiola e do então General Olusegun Obasanjo ao final de um discurso político de 25 minutos sucesso de vendas intitulado "International Thief Thief".
Em 1984 ele foi novamente atacado pelo governo militar, que o prendeu sob uma dúbia acusação de lavagem de dinheiro. Seu caso foi acompanhado por vários grupos de direitos humanos e, após vinte meses, ele foi libertado pelo General Ibrahim Babangida. Ao ser liberto ele divorciou-se de suas doze esposas restantes, dizendo "Casamento traz ciúmes e egoísmo". Mais uma vez, Fela continuou a lançar álbuns com a Egypt 80, fez algumas turnês de sucesso no Estados Unidos e na Europa e também continuou politicamente ativo. Em 1986 Fela se apresentou no Giants Stadium em Nova Jérsei como parte do show "Conspiração da Esperança" da Anistia Internacional, junto com Bono, Carlos Santana e The Neville Brothers. Em 1989 Fela & Egypt 80 lançou o álbum antiapartheid "Beasts of No Nation" que exibe em sua capa o Presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e o primeiro-ministro da África do Sul P.W. Botha com caninos pingando sangue.

Sua produção de álbuns reduziu na década de 90 e ele enfim parou de lançar mais álbuns. A luta contra a corrupção militar na Nigéria esstava causando estragos, principalmente durante a ascensão do ditador Sani Abacha. Também estavam se espalhando rumores de que ele estava sofrendo de uma doença da qual se recusava a tratar. Em 3 de Agosto de 1997 Olikoye Ransome-Kuti, um já proeminente ativista contra a AIDS e anterior Ministro da Saúde, surpreendeu a nação anunciando a morte de seu irmão mais novo um dia antes de Sarcoma de Kaposi causado por AIDS. (O irmão mais novo deles, Beki, estava preso no momento pelas mãos de Abacha por atividade política). Mais de um milhão de pessoas compareceram ao funeral de Fela no local do antigo recinto da Shrine. Uma nova Africa Shrine foi aberta depois da morte de Fela em uma diferente seção de Lagos sob a supervisão do seu filho Femi Kuti.

Morre o rapper Guru


Morreu ontem de câncer, aos 43 anos, o rapper Guru, como era conhecido o produtor e músico e MC norte-americano Keith Elam. Guru esteve no Brasil três vezes (em 1999, 2005 e 2008). Foi pioneiro na fusão de hip-hop com jazz que viria a ser o embrião do acid jazz (ou jazz rap, como preferem alguns).

O nome Guru veio das iniciais da expressão Gifted Unlimited Rhymes Universal (Abençoadas Rimas Universais sem Limites), que ele adotou no início da carreira (assinou também Keithy E. por um tempo). Nos anos 1990, com o projeto Jazzmatazz, ele preconizou um amálgama de diferentes gêneros no rap: além do jazz, R&B, soul, funk e baladas românticas. Gravou e produziu músicas com artistas de diferentes praias, como The Neptunes, Isaac Hayes, o saxofonista Donald Harrison, o flautista Najee e o DJ Premier.

Na terceira fase do projeto Jazzmatazz, ele produziu um verdadeiro inventário da música black: com os veneráveis The Roots, gravou a faixa Lift Your Fist; os vocais macios de Erikah Badu estão em Plenty; e a voz vibrante e insolente de Macy Gray encorpa All I Said. Também arquitetou faixas com Herbie Hancock, Angie Stone, Junior Reid, Kelis, Les Nubians e Amel Larrieux.

"Sempre vou em busca do produtor com o qual sonho trabalhar, e vou atrás dos vocalistas com os quais eu sonho gravar. É mais ou menos como ir a um alfaiate e pedir que ele corte um terno sob medida, algo que caiba perfeitamente em você. As pessoas vieram para gravar comigo e me deram mais do que emprestam aos seus trabalhos regulares: elas me deram sua alma", disse o artista ao Estado, em entrevista exclusiva, em 2005.


Nascido em 17 de julho de 1966 em Roxbury, Massachusetts, ele iniciou a carreira na histórica dupla de hip-hop Gang Starr, ao lado do DJ Premier - milhas de distância daquela coisa glandular do gangsta rap. Após 7 álbuns com o Gang Starr, Guru separou-se do DJ Premier e criou o próprio selo, Seven Grand. Nos anos 2000, começou a excursionar com o MC Solar e o DJ DooWop.

O produtor Solar, que foi amigo e colaborador de Guru nos últimos anos, postou uma mensagem sobre a morte do parceiro: "O mundo perdeu um dos melhores MCs e ícones do hip-hop de todos dos tempos, meu leal melhor amigo, parceiro e irmão, Guru. Guru batalhou contra o câncer por cerca de um ano e perdeu sua batalha. Esse era um assunto que Guru quis manter privado até que vencesse a parada mas, tragicamente, isso não aconteceu. O câncer o levou. Agora o mundo perdeu um grande homem e um gênio verdadeiro."

Tinha um discurso antimercantilização do rap, mas era contraditório ao mesmo tempo - chegou a vender calcinhas fio dental da marca Gang Starr durante show aqui no Na Mata Café, em 2005. Em uma de suas músicas, Hall of Fame, alertava para os riscos da cooptação mercadológica e ideológica. "Se eu vender tudo/Posso ter vendido milhões/Mas, em um minuto, tenho de abraçar bilhões/Porque depois da charada e depois da parada/Os manos têm de pagar tributo ao mestre do comércio."

Entre os colegas do gênero, era um dos mais bem informados, e sua música denunciava influências de Art Blakey e Miles Davis, Gil Scott-Heron e Grandmaster Flash, Kurtis Blow e LL Cool J.J

terça-feira, 20 de abril de 2010

Entrevista com Mano Brown

Achei uma entrevista nova com o Mano Brown no You tube. Pra quem não viu fica aí a sugetão.

Segue entevista dele na revista Trip:
Mano Brown rasgou o verbo na entrevista para a revista Trip, será processado, e a revista também !!! Leia com atenção e tire suas conclusões (20/09/99)


TRIP - O que é preciso fazer para melhorar a vida na periferia?
Mano Brown - Se valorizar o esporte, dá emprego para metade desse povo aqui. Só que não é o que eles querem, morou? Eles querem ver é todo o mundo fudido, que para eles é menos concorrência. Não está fazendo falta esse povo aqui, esse que é o problema.


TRIP - Você acha que os atletas e jogadores de futebol que estão se dando bem poderiam fazer mais pelas pessoas mais pobres?
Brown - Jogador de futebol é tudo pilantra. Tudo safado. É um ou outro que salva - tem dois caras que prestam, o Marcos Assunção e o Edinho (ambos já jogaram no Santos, time de Brown; Assunção está na Roma e Edinho largou o futebol).


TRIP - Mesmo os jogadores de futebol que saíram de baixo, você acha que são todos safados?
Brown - A primeira coisa que os caras fazem é arrumar uma loura, comprar uma Cherokee e ir pras boates. E os que vão para o estádio estão tudo fudido, não têm nem dinheiro pra comer... Tem que seqüestrar uns três ou quatro desses aí pra eles tomarem vergonha na cara - que nem fizeram com os caras do samba lá... Tem que seqüestrar uns três pra tomar vergonha na cara, parar de ficar pagando pau de milionário e olhar para o povo deles. Porque os caras só foram se ligar que tem uma realidade cruel mesmo, de pobreza, quando os caras foram seqüestrados lá, a mãe do Salgadinho...


TRIP - Mas isso mudou muita coisa?
Brown - Isso surte efeito. O cara já parou: ontem ele foi roubado no farol, tinha uma pá de corrente de ouro... Ele deu um carro importado pra mina que ele come aí. Pô, mano... o Ronaldinho comprou uma Ferrari de 500 mil dólares, 600 mil dólares. Só os juros disso aí... morou, mano? Mete um seqüestro nele, dá um meio de sumiço nele pra ver se ele não pára com essa putaria.


TRIP - Investir no esporte não é melhor solução? Construir campos de futebol...
Brown - O futebol já está elitizado. Quem tem 300 reais pra pagar para o filho por mês?


TRIP - Mas aqui no Capão Redondo a molecada não está jogando bola?
Brown - Joga na rua. Mas quando chega pra jogar num time de futebol, não entra porque não tem nem chuteira. Só os molequinhos de escolinha, só os molequinhos de olho azul que entram. Só os caras do dinheiro... Daqui uns dez anos, do jeito que está indo, o futebol só vai ter branco. Só classe média alta. Não vai ter preto, não vai ter favelado. O Leonardo, por exemplo, não admitiu perder o lugar para um cara que veio da periferia, fudido, igual o Cafu. O Marquinho, o Cafu, era aqui da área, cresceu com a gente... Mas está vendido também. Ele, o Márcio Santos, tudo vendido.


TRIP - O Márcio Santos também era aqui da região?
Brown - Todo o mundo daqui. Tudo vendido. Só querem ir pra Itália. Vão se foder pra lá! Vão lá tomar pau dos nazistas...


TRIP - Você acha que o lance é radicalizar as atitudes? No voto não vai, a coisa não muda?
Brown - No voto não vai, mano, não vai.


TRIP - Mesmo se ganhasse o PT, partido que vocês apoiaram nas últimas eleições?
Brown - Esse é um barato que eu acho quase impossível. O povo não está preparado, e o Brasil tem medo de guerra, não está acostumado. A Alemanha estava fodida e levantou em 50 anos. O Brasil, se acontece uma guerra aqui, é uns 300 anos pra levantar de novo. O PT dá uma força, mas todo ano é que nem o Santos: é só vice, vice, vice, não ganha. Vice não tem poder de porra nenhuma. Não tem como fazer nada: tudo o que vai fazer é tesourada.


TRIP - Você acha que a criminalidade que tem aqui é uma coisa que as autoridades meio que deixam rolar?
Brown - Hoje em dia o crime é a saída para os moleques, não tem jeito, não. Só o esporte segura, porque esporte vira dinheiro, morou? Só que aqui no Brasil só tem lugar pra futebol.


TRIP - E a educação? Não é isso que vai preparar o cara pra saber votar e, assim, mudar a sua realidade?
Brown - Mesmo estudando, é 500 anos. Nossa geração não vai ver essa porra melhorar. Estão é perdendo tempo na escola. Dez, 12 anos na escola, está perdendo tempo. Camarada meu só tirava nove e dez, nove e dez. O máximo que ele conseguiu chegar foi a bancário. E agora está desempregado porque participou de greve. Nunca mais arranja emprego.


TRIP - Então qual é a saída?
Brown - Um Centro Olímpico, professores sendo pagos - porque não adianta também fazer o Centro Olímpico e deixar os caras passando fome, tudo apedrejado, tudo fodido, tá ligado? Porque o governo ganha dinheiro pra isso: era pra ter uma pá de escola na área, mas tem pouca, tem uma pá de criança sem estudar. Por quê? Porque os caras enfiam o dinheiro em ponte. Mas é isso aí que os caras merecem. Votou em Maluf tem que se foder, mano. Agora segura, tá ligado?


TRIP - Você quase não aparece nos jornais, nas revistas e na TV. Qual o seu problema com a imprensa?
Brown - O povo não acredita na imprensa não, mano. Acredita e ao mesmo tempo não acredita... Mas não falam a mesma língua, não...


TRIP - Mas qual a sua bronca com a imprensa?
Brown - É tudo o monopólio do dinheiro, mano. O jogo do dinheiro. Fazer dinheiro rápido. Notícia mentirosa, notícia torta. Isso aqui tudo que a gente está falando, por exemplo, não dá ibope, tá ligado? O que é que dá ibope? É gente de duas cabeças, chacina no Jardim Ângela. Seqüestram o Abílio Diniz, ou outro bacana lá, dá ibope. Se falar que me cataram fumando maconha, isso dá ibope.


TRIP - Se você tivesse espaço para escrever em algum veículo, você ia falar de quê?
Brown - Eu não quero esse espaço, não.


TRIP - Mas se você tivesse?
Brown - Eu ia xingar um monte de gente. Xingar o tempo todo. Só xingar.


TRIP - Ia só xingar os outros?
Brown - Essa porra de Brasil não tem saída se não for pela força. Só pela força.


TRIP - Você acha que tinha de ter luta armada, ou você está falando, por exemplo, da força do esporte?
Brown - Pelo esporte... A luta armada já tem, né mano? Só que as armas estão virada para o lado errado. As armas estão viradas pra nós mesmos: morro daqui contra morro dali. O dia que virar todo o mundo pra lá...


TRIP - Como é que estão os Racionais hoje? O que é que vocês estão fazendo?
Brown - Não quero falar de Racionais, não. Não vamos misturar as idéias. Os caras estão fazendo o bagulho deles lá...


TRIP - Esses projetos seus aqui na periferia, a escolinha de futebol, isso é você e os seus amigos que estão bancando tudo?
Brown - Nós mesmos. Procurando os apoios certos, sem vender a alma para o diabo. Fazer acordo com filho da puta não dá.


TRIP - Quem tem ajudado, uns comerciantes da área?
Brown - Por enquanto, não. Essa porra aqui só tem bar, mano!


TRIP - Só tem bar, né?
Brown - Vagabundo desempregado cata o dinheiro que tem, abre um bar e fica aí, sentado, vendendo bebida. Os caras agora colocaram na entrada da favela uma garrafa de Campari desse tamanho assim, tipo outdoor... Eu fiquei de quebrar essa semana, mas não deu tempo. É uma moldura de madeira, com uma luz dentro, de vidro, tá ligado? Campari. Na entrada da favela. Fiquei de quebrar, não quebrei ainda. Mas vou quebrar hoje. Se catam um coitado fumando baseado, espancam, é cadeia, soco na cara, assina um 12, assina um 16 (artigos da Lei de Entorpecentes que se referem, respectivamente, ao tráfico e posse de drogas). Mas meter uma garrafa de pinga desse tamanho na entrada da favela...


TRIP - Tinham de proibir bebida?
Brown - Proibir bebida alcoólica. Proibir bebida em dose, fechar o bar depois das 11.

Um blog chamado Vanguarda do Rap nacional, disponibilizou para download a revista Rolling Stone que tem a entrevista do Mano Brown. Download aqui.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Concurso Virtual de Bandas



O Pt esta fazendo um Festival virtual de bandas, quem quiser participar é só clicar aqui ler e se inscrever.

Segue regulamento:

REGULAMENTO DO FESTIVAL VIRTUAL DE BANDAS

Este festival dará ampla divulgação aos participantes e as 13 bandas com maior número de pontos terão gravados 3 MIL CD´S, mais de 80 horas de gravação e uma grande atividade para a premiação em 08 de junho de 2010.


1º Esta promoção tem por objetivo valorizar e divulgar a produção cultural independente das bandas compostas por jovens com até 29 anos, com músicas próprias, de gênero popular e letras em português.

2º Para a inscrição das bandas é necessário mandar um clipe da banda (profissional ou amador) com no máximo 5 minutos, com o nome da banda, release, idade dos componentes, cidade, e-mail e número de telefone.

3º O FESTIVAL VIRTUAL DE BANDAS da Macro PT ABC é de responsabilidade da Juventude da Macro ABC em parceria com as secretarias municipais de juventude, DM´s, sendo responsabilidade da JPT da Macro ABC a divulgação, a atividade de premiação do festival assim como a discussão de qualquer questão não mencionada neste regulamento.

4° O meio utilizado para divulgar o FESTIVAL VIRTUAL DE BANDAS será o site da Macro PT ABC – www.macroabc.com.br e os vídeos serão postados por meio de um canal próprio da Macro PT ABC no You-tube.

5º Serão distribuídos os prêmios para as 13 bandas com maior pontuação em ordem crescente da seguinte forma:

- 100 CD´s para 12 bandas totalizando 1.200 CD´s;
- A 13ª banda com maior pontuação receberá 1.000 cópias do CD;
- Cada banda terá 6 horas de gravação em estúdio profissional totalizando 84 horas de estúdio;
- Haverá também a distribuição pelo site da Macro PT ABC de 800 CD´s totalizando 3.000 CD´s produzidos;
- Cessão de fotos para a apresentação do projeto e elaboração da capa. Assim como a divulgação dos premiados pela Macro ABC;
- Uma grande atividade com palco, som e luz profissional, divulgação, camarim, e registro com foto e filmagens para as 12 bandas no dia 08 de junho a partir das 19 horas na cidade tiver o maior número de bandas premiadas;

6º O critério de pontuação para a seleção das 13 bandas será a postagem de comentários nos Canal do Youtube do Festival Virtual de Bandas - Macro PT ABC indicando no comentário: o clipe escolhido, nome e e-mail que serão incluídos na Rede Militante de Relacionamento do PT. Cada e-mail nas postagens da votação será computado um ponto.

7º As inscrições das bandas e a liberação para votação serão de 05 de abril até 25 de maio de 2010. Dia 26 de maio será publicado amplamente o resultado do Festival Virtual de Bandas assim como o início da gravação dos CD´s.

8º O critério para a apresentação das bandas será por meio de ordem crescente do 1º lugar ao 13º lugar.

9° A premiação do Festival Virtual de Bandas da Macro PT ABC é de responsabilidade da coordenação da Macro ABC.

10º Em caso de empate na pontuação final prevalece o resultado do primeiro participante a atingir o maior número de pontos.

11º O participante desta promoção acumula os pontos para as próximas promoções do site da Macro ABC.

12º Esta promoção será acompanhada pela JPT da Macro ABC, pelo GT de comunicação a executiva da Macro ABC.

13º Este regulamento será amplamente divulgado nos diretórios municipais da região, no site da Macro ABC e por e-mail.

Agradecemos sua participação que será fundamental para valorizarmos a produção cultural independente da juventude do ABCDMRR e também aumentarmos ainda mais a RMR-PT – Rede Militante de Relacionamento do Partido dos Trabalhadores.

Esta promoção conta com a ajuda do Diretório Nacional, Diretório Estadual e os DM´s da região.



Coordenação da Macro PT ABC
Coletivo da JPT – Macro ABC

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Rap do bom !!

fazendo cara de mau pra ganhar uns trocado

Um dos rappers americanos que mais me chamaram atenção nos ultimos tempos, ganhou até um post recentemente. Mas fiquei devendo um video. Procurando no youtube achei esses dois ótimos videos.


Chali 2na Ft Talib Kweli "Lock Shit Down"


Chali 2na ft Beenie Man "International"

Som pra bombar nas pistas.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Michael Jordan - O melhor !


Eu tinha que fazer uma homenagem ao melhor de todos. E para aqueles que querem comparar Lebron, Kobe e afins com o Jordam acho bom lembrar que MJ é considerado o melhor e jogou nos tempos em que jogavam:
- Larry Bird
- Magic Johnson
- Shaq
- Malone
- Pippen
- Hakeem Olajuwon, entre outros

O draft da NBA muitas vezes peca, e a transgressão mortal das escolhas da liga de basquete norte-americana foi ter privilegiado o craque Hakeem Olajuwon e a decepção Sam Bowie no ano de 1984.

O preterido, que amargou a terceira posição, foi Michael Jeffrey Jordan. Sorte para o Chicago Bulls, que na loteria daquela temporada ficou atrás de Houston Rockets e Portland Trail Blazers, mas escolheu aquele que se tornaria o melhor jogador da modalidade em todos os tempos.

Já no final daquela temporada, o fenômeno vindo da Universidade de North Carolina – pela qual conquistara o título da NCAA em 1982 – mostrava que deveria ter sido a primeira opção.


Sem ficar uma partida no banco de reservas, o estreante impressionou com uma média de 28,2 pontos por partida e acabou eleito como Rookie of the Year (novato do ano).

Os Bulls ainda comemoravam a aquisição de um jogador excelente em todos os fundamentos: ele terminava seu primeiro ano na franquia com 2,39 roubadas de bola por jogo, além de 5,9 assistências.

Entretanto, mesmo com um jogador que desafiava a lógica em quadra, o anel de campeão parecia distante para o time de Chicago, que via anos de ouro dos Lakers e em seguida dos ‘Bad Boys' do Detroit Pistons.

Os três primeiros títulos

Apelidado de ‘Air Jordan', o líder dos Bulls começaria a se tornar o melhor de todos os tempos ao desbancar os times de Isiah Thomas e Magic Johnson para instaurar uma nova hegemonia na NBA, levando sua equipe a dominar a década de 90, com seis títulos, sob comando do técnico Phil Jackson.

O primeiro título veio na temporada de 1990/91, deixando os Pistons para trás no Leste e batendo os Lakers, que já não mais contavam com Kareem Abdul-Jabbar, nas finais.

Nos dois anos seguintes, a cidade dos ventos viu o número 23 de seu time de basquete repetir o feito de 91, trazendo o tricampeonato.

Com Magic Johnson fora do caminho, lutando contra a Aids, ficou fácil para os Bulls, que bateram os Blazers de Clyde Drexler em 1991/92. Na temporada seguinte, foi a vez dos Phoenix Suns, de Charles Barkley, caírem por terra.

A supremacia da franquia de Chicago só foi interrompida quando seu principal astro resolveu abandonar o basquete. Ainda com 30 anos, o atleta anunciou que trocaria o piso de madeira das quadras pelo gramado do beisebol profissional, deixando o antigo time em crise nos dois anos seguintes.

No novo esporte, atuou pelo Birmingham Barons, uma filial do Chicago White Sox nas divisões inferiores. Não obteve grande sucesso e no final da temporada de 1994/95, ele estava de volta.

Volta triunfal

Levou sua antiga equipe, antes desacreditada, até as semifinais da conferência leste, quando caiu diante do Magic, de Shaquille O'Neal.

No ano seguinte, com a adição do polêmico pivô Dennis Rodman, os Bulls voltavam a fazer história, com um recorde de 72 vitórias na temporada regular, e uma campanha de apenas três derrotas nos playoffs. Jordan também conquistava os títulos de MVP da temporada regular, do All-Star Game e das finais da NBA.

Nos dois anos seguintes, o camisa 23 levou sua equipe novamente ao tricampeonato. Quem caía diante da franquia da cidade dos ventos desta vez era a dupla Karl Malone e John Stockton, dois jogadores considerados entre os 50 melhores da história, mas que terminaram suas carreiras sem poder usar um anel de campeão.

Em 1996/97, 'Air Jordan' ainda viu Karl Malone levar o título de MVP da temporada, mas um ano depois era ele quem levava o prêmio e ainda roubava uma bola do ala-pivô de Utah, nas finais, para fazer a cesta de sua última conquista, faltando 6,6 segundos para o fim do jogo.

Com isso, Michael acreditava ter esgotado suas possibilidades dentro das quadras e resolveu se dedicar fora delas. Comprou parte do Washington Wizards e passou a ser dirigente da franquia.

Com pouco sucesso, no ano de 2001, ele voltou às quadras para defender seu próprio clube. Ainda jogando em alto nível e indo ao All-Star Game, não conseguiu, entretanto, classificar o time da capital para os playoffs.

Ele terminou a carreira como o melhor de todos os tempos. Mesmo os seus contemporâneos reconhecem a posição incomparável de Air Jordan. “Há Michael Jordan e há o resto de nós”, diz o astro Magic Johnson.

Larry Bird, após uma partida dos playoffs em que Jordan marcou 63 pontos contra o Boston Celtics, afirmou: “Deus se disfarçou de Michael Jordan”.

Eu vou dizer + o que ??